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Durante a psicoterapia — ou mesmo ao consumir conteúdos nas redes sociais e conversar com outras pessoas — pode surgir uma percepção nova: algumas características pessoais podem estar associadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Essa descoberta é significativa e pode levantar dúvidas importantes: como seguir no processo de avaliação? Para aprofundar essa conversa comigo, convidei a neuropsicóloga Juliana Garcia para trazer algumas orientações.

  1. O diagnóstico de TEA: qual profissional buscar

O primeiro passo para investigar uma possível hipótese de TEA é entender qual profissional pode te ajudar nesse processo. Existem diferentes caminhos para iniciar essa avaliação — e todos podem ser válidos como um primeiro movimento nessa direção. O importante é dar o primeiro passo com quem tenha experiência e sensibilidade para te acolher nesse processo.

Você pode iniciar um processo avaliativo buscando, por exemplo, uma profissional da psicologia, neurologia e/ou psiquiatria. No caso de adultos, é comum que o diagnóstico envolva o consenso entre um psicoterapeuta, um neuropsicólogo e um médico (psiquiatra ou neurologista). Essa abordagem integrada amplia a precisão do diagnóstico e reduz o risco de erros ou equívocos.

Porém, você não precisa buscar todos os profissionais de uma vez. O importante é escolher um para dar o primeiro passo. Conforme a avaliação avança, vocês poderão, juntos, decidir se será necessário envolver outros especialistas para aprofundar o diagnóstico.

É válido citar que o diagnóstico de TEA é construído a partir da análise da história de desenvolvimento da pessoa e de características de seu funcionamento atual, seguindo os critérios dos manuais diagnósticos. Por isso, é muito importante que o diagnóstico seja realizado por profissionais especializados.

  1. Escolha profissionais especializados no espectro

Seja para avaliação ou acompanhamento, é essencial buscar profissionais com experiência real e consistente com o TEA. Como já citado, pode ser uma psicóloga, neuropsicóloga, psiquiatra e/ou neurologista.

Algumas dicas para escolher:

  • Pesquise a formação acadêmica e profissional da pessoa.
  • Analise se ela publica ou estuda regularmente sobre autismo.
  • Observe se o profissional demonstra sensibilidade às diferentes manifestações do espectro, especialmente em adultos.

A qualidade da avaliação depende muito do conhecimento e da atualização do profissional.

  1. Entenda que a visão sobre o autismo mudou

O conhecimento sobre o TEA evoluiu significativamente nos últimos anos. Hoje sabemos que o espectro é muito mais amplo e plural do que os antigos modelos, que eram, em geral, baseados em perfis masculinos.

Essa nova perspectiva tem permitido que mais adultos — especialmente mulheres e pessoas racializadas — encontrem sentido para experiências de vida que antes eram desvalorizadas ou até patologizadas de forma equivocada.

  1. Não existe um “jeito certo” de ser autista

O TEA é, por natureza, diverso e multifacetado. Reconhecer-se no espectro não significa encaixar-se em uma definição rígida.

Na prática, pode ser um caminho de compreensão de nuances internas que talvez nunca tenham tido nome — mas que sempre estiveram presentes.

Aceitar essa pluralidade é essencial para um processo de avaliação e autoconhecimento mais gentil e assertivo.

Resumo rápido: o que fazer se você se reconhece no espectro autista?

  • Procure uma avaliação multiprofissional.
  • Escolha profissionais especializados no TEA.
  • Atualize seus conhecimentos sobre o espectro.
  • Lembre-se: não existe um “jeito certo” de ser autista.

Reconhecer-se no espectro pode ser um processo cheio de descobertas, dúvidas e, muitas vezes, de alívio. Independentemente do ponto em que você esteja nessa jornada, é importante lembrar: seu jeito de ser merece ser compreendido e respeitado.

Se você sente que é hora de investigar com mais profundidade ou buscar apoio especializado, saiba que existem profissionais preparados para caminhar ao seu lado. E se quiser continuar aprendendo mais sobre o TEA na vida adulta, acompanhe os conteúdos aqui no blog — estou por aqui para te ajudar nessa caminhada.

Thaís S. Mascotti

Psicóloga clínica (CRP 06/137999), graduada em psicologia e mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem pela UNESP/Bauru. Capacitada em Terapia Online. Possui Formação em Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e em Terapia Comportamental Dialética (DBT). Visa proporcionar um espaço seguro de diálogo e condições para o desenvolvimento pessoal e profissional de jovens e adultos.

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