No texto de hoje, quero compartilhar um pouco sobre minha experiência na pós-graduação e destacar alguns pontos importantes para quem está considerando fazer um mestrado acadêmico.
Fique à vontade para compartilhar nos comentários outras perspectivas e experiências diferentes da minha!
Minha Trajetória
Sou formada pela UNESP de Bauru/SP e, logo após a graduação, ingressei no programa de pós-graduação da mesma universidade. Na época, estava em psicoterapia e lembro que a decisão de fazer o mestrado foi simultaneamente fácil e difícil.
Não pretendo esgotar todos os pontos a serem considerados, mas espero que este texto sirva como um ponto de partida para uma reflexão mais realista sobre essa experiência.
O que você pretende para o seu futuro?
Antes de qualquer coisa, é fundamental refletir sobre seus objetivos profissionais. O que você deseja para sua carreira? Pode parecer uma etapa óbvia, mas muitas vezes a ignoramos ou achamos desnecessária.
Uma atividade simples que pode ajudar é a “linha do tempo”:
- Pegue uma folha de papel e escreva seus objetivos a curto, médio e longo prazo (sobre como estabelecer metas realistas, clique aqui).
- Reflita sobre quais caminhos ou passos podem te levar até eles – coloque o máximo de detalhes que conseguir.
- Analise se o mestrado é realmente um passo necessário ou se existem outras possibilidades.
Pode parecer bobo, mas essa visualização ajuda a esclarecer prioridades e organizar melhor suas decisões.
Como o mestrado pode contribuir com os seus planos?
Se o mestrado fizer sentido para seu planejamento, é importante entender como ele pode agregar. Algumas motivações comuns são:
1. Aprimorar habilidades de pesquisa, caso você acredite que essa competência será essencial para seu futuro.
2. Seguir a carreira acadêmica, tornando-se professor(a) universitário(a) e/ou pesquisador(a).
3. Aprofundar conhecimentos em um tema de interesse, especialmente se ele tiver relação com sua atuação profissional.
O mestrado pode ser enriquecedor, mas é um compromisso grande. Então, vale avaliar se a experiência vai trazer os retornos esperados para seu futuro profissional.
Você já tem uma atividade profissional?
Se já trabalha (ou pretende trabalhar durante o mestrado), é essencial considerar:
- Você terá tempo para as atividades do mestrado durante o dia? (Não vale contar apenas com madrugadas e finais de semana!)
- É possível equilibrar estudo, trabalho e vida social ou outras atividades importantes sem sobrecarga extrema?
Durante meu mestrado, vi muitos colegas enfrentando sérios problemas de saúde mental e física pela falta de equilíbrio. Infelizmente, como as bolsas de pesquisa não são acessíveis a todos, além dos valores serem muitas vezes abaixo do que é necessário, muita gente precisa trabalhar para se manter.
Se você não puder dedicar parte do seu dia à pesquisa, avalie se o mestrado é viável nesse momento ou se é possível ajustar sua rotina para que ele caiba de forma saudável.
Se você não pretende trabalhar durante o mestrado, como vai se manter financeiramente?
Se você não pretende trabalhar durante o mestrado, é essencial planejar sua sustentação financeira:
- Você contará com ajuda da família?
- Conseguirá uma bolsa de pesquisa? (Lembre-se de que pode demorar para sair!)
- Tem reservas financeiras para emergências?
Fazer um planejamento financeiro antes de iniciar o mestrado pode evitar muitos problemas e frustrações ao longo do caminho.
Pesquise sobre a universidade e o programa
Antes de prestar o processo seletivo, pesquise bem sobre:
- Onde fica o campus e quais são as estruturas disponíveis.
- As linhas de pesquisa do programa e como elas se encaixam nos seus interesses.
- A grade curricular, os créditos extras e as oportunidades oferecidas pelo programa.
Quanto mais informações você tiver antes de ingressar, melhor será sua adaptação.
Escolha bem seu(sua) orientador(a)
Um dos aspectos mais importantes do mestrado é a orientação. Para evitar problemas futuros, recomendo:
- Ler os trabalhos do(a) professor(a) para entender se os interesses de pesquisa são compatíveis com os seus – dê uma olhada no Lattes.
- Conversar com alunos atuais e ex-alunos para entender como é a dinâmica da orientação.
- Enviar um e-mail ao(à) possível orientador(a) para testar o tempo de resposta (isso será importante depois!).
Nem sempre você pesquisará o que gostaria
Outro ponto relevante é que, muitas vezes, o projeto enviado no processo seletivo não será exatamente o que você desenvolverá. Isso ocorre porque:
- O orientador pode sugerir mudanças no enfoque da pesquisa.
- As demandas do programa podem exigir adaptações.
- As condições práticas de execução podem levar a ajustes.
O importante é estar aberto(a) a essas possibilidades e negociar para que o tema final ainda seja de seu interesse.
Fazer um mestrado pode ser uma experiência incrível para ampliar conhecimentos, desenvolver novas habilidades e construir networking. No entanto, é uma jornada que exige planejamento e reflexão realista sobre os desafios envolvidos.
Se você ainda está em dúvida, reflita sobre os pontos mencionados e converse com pessoas que já passaram por essa experiência. Caso queira um espaço para discutir mais sobre essa decisão, entre em contato! Será um prazer conversar.