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Há algum tempo, eu fui convidada para dar uma entrevista sobre ansiedade e o uso das redes sociais e outra entrevista sobre a campanha Janeiro Branco, apenas esta última foi publicada.

Como o conteúdo é relevante, resolvi compartilhar aqui com vocês o que foi escrito por mim. Depois me conte nos comentários o que você acha dessa relação entre ansiedade e redes sociais!

Nos dias de hoje, as redes sociais estão presentes em todos os momentos da nossa vida. Como elas influenciam na ansiedade?

O uso excessivo da internet de forma geral pode levar a diversos problemas, como mau gerenciamento do tempo, prejuízos físicos e psicológicos, conflitos com as atividades diárias, profissionais, acadêmicas ou nos relacionamentos com amigos e familiares.

Por exemplo, quando uma pessoa usa o tempo durante o qual come ou dorme para ficar mexendo nas redes sociais, é mais provável que esta pessoa se torne mais suscetível a ter alguns prejuízos físicos e psicológicos do que alguém que não tem a mesma atitude.

Neste sentido, duas hipóteses são feitas na literatura sobre como o uso das redes sociais e ansiedade se relacionam:

Primeiro, o sentir ansiedade poderia ser consequência do tipo de uso das redes sociais (ex.: eu vejo as postagens de outras pessoas, me comparo e me cobro por não estar vivendo as mesmas coisas e isso viria associado a ansiedade).

Segundo, o sentir ansiedade estaria presente a priori e o uso inadequado é que seria consequência de outros transtornos (ex.: uma pessoa com ansiedade social poderia começar a fazer uso excessivo das redes sociais para evitar entrar em contato com situações em que teria que interagir pessoalmente com outras pessoas).

De maneira geral, ainda que pareça haver alguma relação entre redes sociais e ansiedade como em casos de dependência da internet, ainda não está claro qual seria a natureza desta relação.

O que podemos fazer para desapegar das redes sociais?

Primeiro, você precisa conhecer qual a função que o uso das redes sociais tem na sua vida e que tipo de relação você estabelece com essas ferramentas (ex.: se é sua única forma de lazer, se é um meio de se esquivar de ter contato social na vida real, se auxilia no trabalho ou estudo, se é uma das maneiras de procrastinar, etc.).

Segundo, analisar o quanto isso tem ou não sido um problema, ou seja, o uso que você faz das redes sociais tem interferido de forma prejudicial em algum aspecto na sua vida? Se sim, é preciso olhar com cuidado para o que está acontecendo para então estabelecer estratégias mais adequadas e, se for o caso, buscar ajuda.

Não basta apenas desapegar das redes sociais sem entender qual o papel que elas ocupam na nossa vida, pois se não nos atentarmos para isso apenas iremos substituir as redes sociais por alguma outra ferramenta ou atividade que também pode continuar sendo prejudicial da mesma forma.

Todavia, algumas medidas mais generalistas podem ser tomadas caso você queira começar a se desapegar gradualmente. Gradualmente, pois parar definitivamente de usar as redes sociais de uma hora para a outra pode ser muito mais difícil do que se você começar com metas menores.

Por exemplo, você pode estabelecer períodos do dia para acessar; determinar um tempo de uso por dia (ex.: distribuir uma hora de uso ao longo do dia); ou ainda desativar notificações; deletar alguns aplicativos; ou deixar o celular mais afastado quando tiver que realizar outras atividades.

Como a ansiedade por atuar na vida de alguém?

A ansiedade, assim como outros sentimentos, está presente em nosso dia a dia. Muitos acontecimentos considerados agradáveis podem implicar em um sentimento de ansiedade, principalmente quando envolvem algum tipo de espera (ex.: esperar por uma promoção no trabalho ou uma viagem). Nessas situações, nem sempre julgamos a ansiedade como um sentimento “ruim” e ela não se torna alvo da nossa total atenção. Contudo, em acontecimentos mais aversivos, como quando temos que nos expor a situações que não sabemos como lidar ou que não queremos nos expor por algum outro motivo, é que a ansiedade adquire o status de problema e queremos sair correndo o mais rápido possível.

A ansiedade é um sentimento relacionado ao medo de algo que poderá ou não acontecer no futuro. Às vezes, pode haver uma desproporção entre a situação temida e a ameaça real causada pela mesma, ou seja, podemos perceber um evento futuro como uma catástrofe ou que vai dar tudo errado, quando na verdade não é bem assim. Também é possível temer sentir a ansiedade em si mesma, ou seja, sentir ansiedade com receio de senti-la. A ação mais comum nestes casos é a esquiva de se expor as situações que estão associadas a este sentimento ou querer evitar sentir a ansiedade em si.

O sentir ansiedade, portanto, pode tanto auxiliar na preparação para um evento, no sentido de que, ao sentir ansiedade acabamos nos preparando melhor para uma situação (ex.: no caso de uma prova, o sentir ansiedade pode levar a pessoa a estudar mais e ir melhor no exame); como também pode nos paralisar e vir associado com muito sofrimento (ex.: ainda no caso da prova, a depender do nível de ansiedade, a pessoa pode ter dificuldade de se concentrar, não conseguir dormir, etc.). Neste último caso é importante procurar ajuda.

Atualmente, como as redes sociais vem mudando as pessoas?

Esta é uma pergunta bem ampla que pode ser respondida de diversas formas. A internet de maneira geral, incluindo o uso das redes sociais, se tornou uma ferramenta que facilita o acesso à informação, à comunicação, ao lazer e ao entretenimento. Temos variados meios para conhecer novas pessoas e manter contatos sociais; conseguimos fazer compras sem sair de casa, ver filmes, séries, ouvir música, etc.

Em contrapartida, o uso por um tempo exagerado seja das redes sociais ou da internet de forma geral, ou seja, quando consome o tempo que a pessoa poderia estar envolvida em outras atividades, pode trazer alguns efeitos prejudiciais (como alterações na qualidade do sono, na alimentação e atividade física, menor desempenho acadêmico ou profissional e prejuízo nos relacionamentos interpessoais) ou ainda agravar sintomas de alguns quadros já estabelecidos (como ansiedade, solidão, baixa autoestima, menores níveis de atividade física, comportamento agressivo, impulsividade, entre outros).

Thaís S. Mascotti

Psicóloga clínica (CRP 06/137999), graduada em psicologia e mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem pela UNESP/Bauru. Capacitada em Terapia Online. Possui Formação em Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e em Terapia Comportamental Dialética (DBT). Visa proporcionar um espaço seguro de diálogo e condições para o desenvolvimento pessoal e profissional de jovens e adultos.

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